February 17, 2005

COVA DA MOURA

Hoje de manhã, quando estava a caminho da faculdade, pus o rádio na TSF para saber as últimas. A principal notícia desta manhã foi a morte de um agente da PSP no bairro da Cova da Moura (Amadora) que foi atingido por vários tiros quando patrulhava de carro esse bairro às 5 da manhã de hoje.
Às 9 da manhã tive oportunidade de ouvir um tipo qualquer da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) a pedir que os polícias entregassem as armas até ao funeral do agente assassinado. Num qualquer outro país do mundo a reacção natural das forças policiais seria irromper pela Cova da Moura e só sair de lá quando tivessem o assassino nas mãos, mesmo que para isso fosse necessário utilizar a força, isso não é mais do que se passa em alguns ghettos nos Estados Unidos e em algumas favelas no Brasil. Mas não, em Portugal o próprio sindicato da polícia pede que os seus colegas entreguem as armas...
Claro que sou solidário com algumas exigências do Sindicato, por exemplo, não acho normal que os polícias que tenham coletes à prova de bala tenham que os comprar porque a polícia não os fornece… Mas, de qualquer modo, não posso deixar de comentar o quão anormal me parece que a polícia não entre pela Cova da Moura à procura do assassino, mesmo que isso implicasse que a Cova da Moura deixasse de existir!
A melhor maneira para demonstrar autoridade não é certamente entregar as armas, isso deixa passar uma mensagem do género: “Ok, nós somos a polícia mas temos muito medo de vocês por isso façam o que muito bem entenderem que nós fingimos que não vemos”…
Desculpem lá este post mas fiquei revoltado com a morte deste polícia e fiquei irritado com os comentários do membro do Sindicato.